12/13/2005

Cerca

Cisma da gata
que arranha a cortina.

Embucicada outrora
a fenda se apavora.


Dedos revolta,
coloca as pedras
no caminho.


Mulher
não pula ausências.

Cobra o pato
não esconde a arma.

Mulher de ti
desorientada nas estantes.

Vida enjaulada
em sachês.

Chás presos
secos,
dentro do vidro.

Um sorriso emendado
mulher,
não atravessa
janela
não desembaça
cara,
não salva.

Coroa atada
ao sentar
malévola,
benígno,
mistura

mulheris.


Mulher afogada
arrastada,
vomita a chegada.

Não abrange a colheita,
não ri a deleita,
não chupa o sumo
da fruta.

Mulheres encismesmadas
não atravessam
a calçada.

11/29/2005

Desconjunta

Parte profana
eu lácteo.

Parte amarga,
parte de mim.

Parte eu lápide,
eu ao invés, fugir não sou.

Qual das que passam por aqui
são eu sem partir?

Não passarinho
porque não passo,
no medo de cair pra trás
não seguro,
não parto
não dou cria
não pato
não arrombo
não afasto.

Eu a pedra encruzilhada
nas costas.

Eu enrugado dos dedos voados
presos na mão.

Eu revés do deserto cânfora,
feitio nostágilco e circular.

A dor na coluna descambada
pelo pano úmido
que limpou o carpê-rosê.
Desconjunta.

Qual dessas
que passam pela porta estreita
finalmente sou?

Eu a concha que quebra o sal.
Eu a planílha sem dados
marca-passo errado.

Aguarde do silêncio
quando afasta.


Não parto o cio,
navalho intrínseca,
a parte que aguarda
a clausura ausência.

Eu, me perco labirinta na testa,
na luz da porta aberta.