3/29/2010



NOITE DE POESIA NO COISAS DE MARIA E JOÃO

Presença dos SINGULAR, Rodrigo de Haro e lançamento do novo número da revista Coyote

O que une OS SINGULAR (sic), diferentemente de outros grupos de artistas, é justamente o que o grupo tem de incomum. O que interessa é justamente aproveitar o que cada poeta tem de diferente na sua linguagem e na sua experimentação artística. O que une OS SINGULAR, também, é uma corrente afetiva que perpassa a arte e o estar no mundo. Essas diferenças e a suas riquezas poderão ser conferidas no recital que o grupo de poetas fará no dia 4 de abril, domingo, às 19h, no bar e espaço cultura Coisas de Maria e João. O grupo é composto por dez poetas (Ryana Gabech, Rubens da Cunha, Marco Vasques, Dennis Radünz, Valdemir Klamt, Marcelo Steil, Raquel Stolf, Antonio Carlos Floriano, Cristiano Moreira e Fernando Karl).

O coletivo mantém um blog (www.poetasnosingular.blogspot.com) e um site (www.poestasnosingular.com.br). No blog o leitor pode acompanhar a produção dos poetas, lançamentos de livros, encontros de poesia, crônicas, poemas, acesso a outras revistas e jornais especializados em literatura e arte e acesso a sites e blogs de outros poetas. Já no site há dez poemas de cada poeta, biografia e bibliografia. Na noite de domingo os poetas Ryana Gabech, Dennis Radünz, Cristiano Moreira falarão poemas seus e DOS SINGULAR.

Lançamento da Revista COYOTE com a presença de Rodrigo de Haro, que é o homenageado da edição

VINTE VEZES COYOTE
Dossiê com o poeta e artista plástico catarinense Rodrigo de Haro, poemas do dramaturgo Mário Bortolotto, conto do norte-americano Delmore Schwartz, traduções de Raymond Queneau e Bob Kaufmann, e relatos oníricos da portuguesa Anna Hatherly são alguns destaques do número 20 da revista COYOTE, lançada com duas capas diferentes com fotos de Egberto Nogueira
A noite contará com a intervenção poética do artista Rodrigo de Haro e com o lançamento da revista COYOTE. A revista COYOTE, que é edita pelos poetas paranaenses Rodrigo Garcia Lopes (que também estará no evento), Marcos Losnak e Ademir Assunção traz neste novo número um dossiê sobre Rodrigo de Haro. O dossiê traz fotos, entrevista, desenhos, poemas inéditos e um poema de cada livro já publicado por Rodrigo. Assinam o dossiê Marco Vasques e Rodrigo Garcia Lopes.

"A linguagem da poesia será fatalmente constituída por sucessivo espanto, ou não será nada". (...) "Cada vez mais atolados na “informação”, cada vez menos sabemos". (...) "A condição essencial do poeta é sua fidelidade, sua obediência a esta força superior que o impele, sozinho, a lutar com o Leviatã". Essas são afirmações do poeta e artista plástico catarinense Rodrigo de Haro, no dossiê dedicado à sua obra poética, na nova edição da revista de literatura e arte Coyote, editada em Londrina (PR). O número 20 traz também dois poemas inéditos do livro Um Bom Lugar Pra Morrer, de Mário Bortolotto e quatro fragmentos de "Exercícios de Estilo", obra do francês Raymond Queneau. Maurício Arruda Mendonça apresenta e traduz do japonês os haikais da nipo-londrinense Mityio Sugimoto. A revista apresenta ainda o conto "Nos Sonhos Começam as Responsabilidades", do poeta norte-americano Delmore Schwartz (1913-1966) e, pela primeira vez no Brasil, poemas do beat Bob Kauffman (1925-1986).

Seguindo com o compromisso de revelar novos talentos, a Coyote 20 mostra também uma safra de poemas de Samantha Abreu, Luiz Felipe Leprevost e Ponti Pontedura. Outra novidade da edição são as duas capas diferentes com fotos de Egberto Nogueira.
Em seus sete anos de atividade, Coyote prossegue abrindo espaço para novos autores, resgatando e apresentando nomes importantes das letras e das artes, de épocas e lugares diferentes, instigando a reflexão e a criação literária. A revista é patrocinada pelo PROMIC (Programa Municipal de Incentivo à Cultura) da cidade de Londrina, e não conta com nenhum programa de fomento federal, embora tenha participado de vários editais.

O QUÊ: Lançamento da revista COYOTE
QUANDO: 4/4 às 19h
ONDE: COISAS DE MARIA E JOÃO, geral do Sambaqui, 1192
QUANTO: R$ 10,00

Contatos: losnak@onda.com.b /rgarcialopes@gmail.com / zonabranca@uol.com.br

Fones: (43) 3334-3299 / (11) 3731-3281

O QUÊ: Noite de poesia com OS SINGULAR e Rodrigo de Haro.

QUANDO: 4 de abril às 19h.

ONDE: Coisas de João e Maria

Geral do Sambaqui, 1172

QUANTO: Gratuito

3/20/2010

Manifesto para ocupar com arte o que hoje é depósito!



Tudo começou com uma bateria muda.De sucata e ou lixo, ou ainda como diz um amigo* "matéria-prima de excelente qualidade" foi contruído o instrumento mais polêmico e desestabilizador de humor do CEART. A bateria de sucata foi produzida por um artista das Artes Plásticas: o "Chico". Ficava nos fundos do terreno da UDESC, próxima à sala de Escultura. Muitas vezes entre uma aula e outra nós sentávamos por ali para vê-lo e ouvi-lo tocar ou mesmo os próprios " artistas experimentais" tratavam de degustá-la para o nosso bel prazer marginal ali, próximo às aulas. Aquela "coisa engenhosa" muito bem criada, sonoramente rica e principalmente original e inovadora, dava lugar à imaginação e a curiosidade de todos os passantes até mesmo dos funcionários.

Um dia, a bateria foi presa em um espaço desativado. Não cabe aqui nenhuma discussão sobre este fato ocorrido. Apesar de absolutamente ninguém entender porque dentro de uma Faculdade de Artes um instrumento musical é banido e vetado e não somente " trocado de lugar". O que cabe discutir aqui é a " cela" onde a bateria e outros tantos materiais estão trancafiados. Nossas tardes muitas vezes são regadas de discussões sobre esse assunto: como poderíamos utilizar melhor esse espaço e todos os materiais ali "guardados" para criar : ferros, madeiras em degradação, tanque de roupa, papelão, pó, pó, pó. E mais bichos e bichos atraídos pela umidade e o acúmulo de sujeira. Em tempos remotos, este espaço era da Escultura quando ainda o próprio Krauz ministrava no lugar precário suas aulas.

Depois disso, aquele espacinho lá atrás (onde se encontra a bateria e afins) foi reformado de modo que a porta da salinha - foi fechada. Pronto: aquele lugar era do serviços gerais, ou melhor da Orcalli?Ou melhor...De quem?

O coletivo LAAVA tem como fundamento a Arte Colaborativa, nó trabalhamos efetivamente em projetos que envolvam grupos, plataformas de desejos,dispositivos artítisticos que envolvem pessoas e afetividades, parcerias. Todos os nossos trabalhos vinculam e reestruturam nossas relações pessoais e profissionais. Trabalhamos com base na troca e na aceitação do outro: nós mesmos. Cada dia mais o grupo tem agregado "amigos" para a nossa rede. Nossa história nasceu no CEART. Acontece que o envolvimentos das pessoas nas "causas" agregads tem sido cada vez maior.Sabemos que os alunos já possuem um espaço para o LAAVA, mas este mesmo tem de ser fechado às 20h15 (horário que acabam as aulas no bloco das Artes Plásticas). Os alunos e integrantes do LAAVA gostariam de poder continuar desenvolvendo as atividades além deste horário, pelo menos.

Por isso pensamos em quebrar o cadeado da cela. Ou melhor: sermos convidados a ocupar este espaço tão mal utilizado como depósito. Este manifesto é para que um lugar de arte seja ocupado com arte. Para arte. Por causa da arte.
Nós o queremos sim. E estamos reivindicando. De maneira que prometemos limpa-lo, cuida-lo, reforma-lo. SIM!


Página do Coletivo LAAVA:

http://sites.google.com/site/coletivolaava/home

http://sites.google.com/site/coletivolaava/membros/ryana

3/15/2010

É pela paz que eu não quero seguir



Aquela coletânia “Chiclete com Banana” estava ali na estante há alguns meses, eu havia comprado para poder respirar um pouco entre os textos que teria de ler para meu trabalho de conclusão de curso.
No fim, a imersão nas palavras acadêmicas, acabou me dando espaço somente respirar as visitas e os cafés da tarde que a própria Lagoa da Conceição trata de trazer ao meu recinto.
"Vou levar essa coleção para o Jonatha- pensei;
Tenho que pedir para ele tomar cuidado porque isso é raridade”.
Tenho essa vontade de distribuir tudo que eu acho interessante e torno a possuir: impresso, dvd, filmes em avi, fotos.
Pela manhã do dia 12 desço a escada com as revistas nas mãos:
-Vixe nega! Acho que você não trouxe isso numa hora boa. O Glauco morreu. Foi assassinado esta madrugada.

Hoje (dia 13),a Folha de São Paulo fez uma homenagem muito bonita,conseguiu um suspiro em mim aquela ilustração do Angeli e do Larte: a árvore sem cores, a ligação entre a Terra e algum lugar.
Acho que a tv é claro, como sempre, acaba deturpando tudo.
Estive na Cerimônia do Daime duas vezes. É uma planta de cura, sim. Mas o ritual, a cantoria dos hinos, não difere muito das outras religiões em que se aprende sobre a pacificação, a humildade absoluta, e a não violência. Inclusive, os hinários do fundador Mestre Irineu chegam a “educar” o religioso para que controle o tom da sua voz-“ falar sem me exaltar”- é o que diz o hino.
Falar com humildade. É claro que uma religião fundamentada na cura, vai atrair doentes de todos os tipos. Conheço muitas pessoas que verdadeiramente como o próprio Glauco deixaram a vida não só das drogas, mas da violência física e moral, da auto-piedade, do apego e da luta pela materialidade, na tentativa de um silêncio amoroso e pacificador dentro da doutrina. Essa mesma doutrina e esse mesmo chá curaram infinitamente mais do que prejudicaram alguém, com certeza.
É muito fácil colocar a culpa na religião quando no âmbito da maioria delas (olha que sou uma estudante assídua) o que se procura entre os homens para com uma doutrina é a paz, o apoio e a procura pela saúde física e emocional. No geral há busca tremenda pela fé: a única capaz de lavar toda aflição e dor. Então, não é difícil atrair adeptos em uma sociedade tão perplexa e cruelmente intraduzível.
Estamos falando de pessoas. E pessoas que procuram algo em comum, isso não descarta de maneira alguma, que essas envolvidas dentro de um ideal sólido- o cumpram.
Agora se a religião fala de humildade, simplicade e a tv, os filmes, e os impressos só falam de tragédia, avareza, das mortes brutas e gratuitas entre os humanos. O que predominará entre nós?
Essa morte foi uma explosão de que até um artista, simples, fundador deuma casa de cura, está a perigo deste turbilhão de cegos que querem resolver tudo na base da matança. E o que é pior- da maneira mais covarde e ignorante da qual o homem consegue se vingar: com uma arma de fogo.
Entre os indígenas, até mesmo os tupinambás, a morte de um índio de outra tribo era uma questão primeiramente de honra. Os guerreiros eram iniciados em muitos ritos antes de guerrilhar. Pois guerrilhar é uma condição indígena e humana, remota. Mas o passado sempre se inverte par ao futuro, de modo que continuamos guerrilhando entre nós, no meio dos desmoronamentos e terremotos entre as nações.
Morremos sem honra de nada.. Repetimos e repetimos, e para não mudar, há os estabilizadores de humor. E para não gritar temos a fluoxetina, e para não sentir dor temos os analgésicos. E para aceitar a morte colocamos a culpa em um chá.
Quando um guerreiro índio era morto por um inimigo ele era velado na aldeia do mesmo, com danças e rituais, consagrações. Nossa nação mata seres da própria aldeia, não há inimigo real,e também não há como se atirar no orgulho, não há como se atirar na crueldade, no ciúme, na inveja e na doeça mental. Então atiramos sem motivo conciso, mas arrumamos um: atiramos para nos defenderpara fazer justiça, atiramospara acabar com o crime, para acabar com a vilência.Contráditório não?
Há muitos criminosos evangélicos, budistas, católicos e bruxos. Mas há morte rápida, sem preparação ,e a arma é disparada de uma maneira tão simples, que uma até uma criança o pode fazer.
Se olharmos para a história antes da arma de fogo fica nítido que antes era preciso ser muito corajoso para matar e muito mais muito forte para mudar a situação sem precisar matar. A morte tinha uma relação muito mais filosófica e direta com a vida. Nem tudo era morrer e não era o outro quem dava essa sentença tão facilmente.
É muito mais fácil a tv esculhambar uma doutrina do que assumir o erro social de a arma simbolizar o poder absoluto. Buscar somente o poder pelo poder,ter uma arma. infelizmente o poder devíamos assasinar esse poder leviano com status de 38.
A aywasca é uma planta de poder.Do poder da paz. Isso eu quero admitir.
Mas não quero admitir e nem aceitar essa morte: Glauco VIllas Boas-cartunista, artista brasileiro e seu filho: mortos cruelmente por balas descompassadas, sem motivo aparente.
Eu não aceito essa morte. Se for pra gritar eu grito. Não quero seguir admitindo.

3/01/2010

Linguagem Toiciniana.


1-
Se acordeonou muito rápido. Viou inteira um acordeon. A pele dela, as dobras, bolas, tudo. "Nós somos aquilo que as pessoas fazem de nós"-Foi a minha tia, antiga, que já virou caveira que disse. Eu sou antigo também, uma peça de museu ambulante. Um boneco que fala, sou falante. Minha mãe me pedia o "parafélso" para pregar na parede. Ela dizia-"Filho onde tá o meu parafélso?".Ela não chamava a a conchinha de conchinha. A conchinha ela dizia que era...Ai! Tenho vergonha de falar, né filha?

-Conta, conta, agora conta! Como ela mãe chamava a conchinha?

-Tá...De periquita!


2-
Vou da vassoura ao piano. Sou membro fundador da ceita TUDO. É CeitaTudo. Do movimento GuGu Dadá. Isso de ser puro, voltar a ser criança: GuGu DaDa. Consta-me a lincença do movimento GuguDada. Vamos conseguir muitos financiamentos de empresas como: a "Pompom com Protex".Isso! Vamos desenterrar a "Pompom Protex". Mas não vamos deixar o presidente ver o dinheiro, se não ele foge! Dão um jeito de fugir com ele. Nós somos do Soleil da Lagoa da Conception. Fiz fortuna para uma mulher que me levou tudo. Sou da CeitaTudo. A CeitaTudo me ensinou: a vida do pobre é melhor que a do rico. Só o lazer do rico é mais esbanjador,mas o dia-dia do pobre é o mais legal. Quem lembra é sempre o criador. Quem cria, o lembrador.