3/20/2010

Manifesto para ocupar com arte o que hoje é depósito!



Tudo começou com uma bateria muda.De sucata e ou lixo, ou ainda como diz um amigo* "matéria-prima de excelente qualidade" foi contruído o instrumento mais polêmico e desestabilizador de humor do CEART. A bateria de sucata foi produzida por um artista das Artes Plásticas: o "Chico". Ficava nos fundos do terreno da UDESC, próxima à sala de Escultura. Muitas vezes entre uma aula e outra nós sentávamos por ali para vê-lo e ouvi-lo tocar ou mesmo os próprios " artistas experimentais" tratavam de degustá-la para o nosso bel prazer marginal ali, próximo às aulas. Aquela "coisa engenhosa" muito bem criada, sonoramente rica e principalmente original e inovadora, dava lugar à imaginação e a curiosidade de todos os passantes até mesmo dos funcionários.

Um dia, a bateria foi presa em um espaço desativado. Não cabe aqui nenhuma discussão sobre este fato ocorrido. Apesar de absolutamente ninguém entender porque dentro de uma Faculdade de Artes um instrumento musical é banido e vetado e não somente " trocado de lugar". O que cabe discutir aqui é a " cela" onde a bateria e outros tantos materiais estão trancafiados. Nossas tardes muitas vezes são regadas de discussões sobre esse assunto: como poderíamos utilizar melhor esse espaço e todos os materiais ali "guardados" para criar : ferros, madeiras em degradação, tanque de roupa, papelão, pó, pó, pó. E mais bichos e bichos atraídos pela umidade e o acúmulo de sujeira. Em tempos remotos, este espaço era da Escultura quando ainda o próprio Krauz ministrava no lugar precário suas aulas.

Depois disso, aquele espacinho lá atrás (onde se encontra a bateria e afins) foi reformado de modo que a porta da salinha - foi fechada. Pronto: aquele lugar era do serviços gerais, ou melhor da Orcalli?Ou melhor...De quem?

O coletivo LAAVA tem como fundamento a Arte Colaborativa, nó trabalhamos efetivamente em projetos que envolvam grupos, plataformas de desejos,dispositivos artítisticos que envolvem pessoas e afetividades, parcerias. Todos os nossos trabalhos vinculam e reestruturam nossas relações pessoais e profissionais. Trabalhamos com base na troca e na aceitação do outro: nós mesmos. Cada dia mais o grupo tem agregado "amigos" para a nossa rede. Nossa história nasceu no CEART. Acontece que o envolvimentos das pessoas nas "causas" agregads tem sido cada vez maior.Sabemos que os alunos já possuem um espaço para o LAAVA, mas este mesmo tem de ser fechado às 20h15 (horário que acabam as aulas no bloco das Artes Plásticas). Os alunos e integrantes do LAAVA gostariam de poder continuar desenvolvendo as atividades além deste horário, pelo menos.

Por isso pensamos em quebrar o cadeado da cela. Ou melhor: sermos convidados a ocupar este espaço tão mal utilizado como depósito. Este manifesto é para que um lugar de arte seja ocupado com arte. Para arte. Por causa da arte.
Nós o queremos sim. E estamos reivindicando. De maneira que prometemos limpa-lo, cuida-lo, reforma-lo. SIM!


Página do Coletivo LAAVA:

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