Se uma estrela
se surpreende inteira
e é a própria constelação
sua voz vem
de duas rochas
que desenham
o redor
de um olho-planície
amedrontado
minhas costas doem
suas dores
as estantes pesam
nossos retratos
o seu medo
do meu dentro
se torna vermelho
sangue
conto as vezes
que estive entre
o seu maior pesadelo
me sopra o vento
torço
para parar
longe da sua faca
não quero ver a dor
e o ódio que você
germina entre as mãos
e o pior,
esse escaravelho
que habita
o meio do seu peito
eu não quis provocar isso
eu que te consertei
os arranhões
que não olhava o presente
mas protegia
em sonho
e suspiro
de gostar
absolutamente
acima de qualquer
agulha
de ter algo para passar
as palmas
e abraçar
em sono
Não preciso mostrar
o corpo para dizer
que doeu
Não preciso ir até
o cume do abismo
e gritar a invasão
e a brutalidade
que se mostrou
entre suas palavras
negras
não preciso chorar
e fingir vidro fino
para mostrar
que cortou
onde você anda escondendo
sua verdade-arma?
estava tudo bem
estava tudo colorido
dentro do meu travesseiro
só esperando
o seu sorriso
12/31/2007
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