Minha avó dizia
que quando ficou
mais velha
ela viu a vida
escorrendo entre
os dedos
feito areia
eu tenho um medo
de deixar ir
parecido com
o dela
não posso segurar
a areia
não posso
deixar de segurar
de tentar segurar
e se há uma
voz no céu
uma voz
que encha d´água
todas as bacias
quero ser a areia
não a mão
quem vai é sempre mais feliz
do que quem
fica
se há uma voz
no céu
que ela segure
um cálice
de vontade
de con ti nu ar
ar
a
a
a
a
r
2 comentários:
esse poema é uma porta aberta
a uma Ryana que conheci com catorze anos
(e com tudo o que isso tem de bom)
tem jeito de palavras que vem da boca, e não do papel
lindamente desesperado, como um último balão
voando
procurando trazer a solução
te amooooo
A Ryana é amiga do Enzo, alí no poema é de querer ser a areia... já não sei se conheço a mão entre os grãos, ou se os grãos é que são os amigos do Enzo.
Postar um comentário