1/28/2009

Colagem


Cada dia que passa
mato uma parte de você

uma parte que foi minha
entre um cansar afogado
e um abraço

uma parte do seu braço-pedaço
fui inteira,
delizava entre seus poucos pêlos
e os poucos segundos que a minha boca
encontrou a sua

e embora tenha batido a porta
e não olhado para trás

seu peito me olha de frente
e me enfrenta com uma flecha
toda marcada com lembranças
pingos e gozos

ainda cruzamos o mesmo caminho
uma pontada urge
e embora você nao regue mais a planta

é uma trepadeira muda
ocupa a casa
respira você

essa faca me aponta

seco ou enterro?

matar você
é matar um pouco de mim
antes