1/20/2009

Consolo para um barco


Eu sou a prova exata
de choros e melancolias
as dores mais cruéis
escondidas
no mais escuro dos sorrisos

É como se eu pudesse
vestir minha capa vermelha
e derramar todas as angúrias
sobre essa areia gelada
e fina

há de ficar aqui, esta saudade.

Desaparece o rosto
da falsa rainha
costurada da boca
até o joelho
no peito uma amargura
e um novelo.

Hoje, meus risos
são entoados
de descaso e perscussão
um espantalho assustado
com suas próprias mãos

É com a mesma certeza
dos contrários ventos
que emudeço a lembrança

faço voltas na maré
alongo o silêncio do barco

E você,
o mar
é um presente embrulhado de ausência
um sapo na minha garganta
arranca

você
o barco de pedra
afundando

e a minha capa vermelha

entre as ondas flutuando

sozinha

no mar

como?

2 comentários:

FREDERICCO BAGGIO disse...

Deus... depois de Hilda, depois de Cecília e outras... inventou Gabech. E deu a ela o Barco das Palavras... para ela conduzir um tanto na humanidade para onde ela quiser.
É sempre inspirador...é sempre vermelho...
te ler

Com Amor

Baggio

Alex Nascimento disse...

Deus a perdoe ryana
por ser tão boa

brijus