7/28/2009

De Zininho para Tom



Na minha casa
os muros se abrem
para dar lugar
as cores


as lagoas e os mares
abraçam todos que chegarem


abre a porta
para o vento
sem tempo passar

as flores povoam
os portões
e
os encontros
se atam no arco-íris
dos amigos


a Ilha sempre me chama

e no meu barco
sem cais
sempre cabe mais um verso

mas é incompleto
sem você

os pássaros de tom
se unem
cantam
graças vivas
alegrias

minha morada é a Ilha

onde os caminhos se abrem
e o mar dos meus olhos
contigo

é mais brilhoso

e feliz

7/24/2009

Sareuá



-retire o cobertor da minha alma

a voz
essa alquimia
lisa e escorregadia
essa boca me canta

É uma pedra velada
está no íntimo
de todas as criaturas

risco o mar
com uma pérola

neste desenho a mancha
é uma luz
que invade os rabiscos
entre as folhagens

o sol
sempre me abraça


na alquimia da tua voz
toda a natureza

me beija

7/14/2009

Não, eu não lamento nada




Composição: Michel Vaucaire/Charles Dumont

Não! Nada de nada...
Não! Eu não lamento nada...
Nem o bem que me fizeram
Nem o mal - isso tudo me é igual!

Não, nada de nada...
Não! Eu não lamento nada...
Está pago, varrido, esquecido
Não me importa o passado!

Com minhas lembranças
Acendi o fogo
Minhas mágoas, meus prazeres
Não preciso mais deles!

Varridos os amores
E todos os seus temores
Varridos para sempre
Recomeço do zero.

Não! Nada de nada...
Não! Não lamento nada...!
Nem o bem que me fizeram
Nem o mal, isso tudo me é bem igual!

Não! Nada de nada...
Não! Não lamento nada...
Pois, minha vida, pois, minhas alegrias
Hoje, começam com você!
Começa com você

7/09/2009

Apresentação na Escola Autonomia





Foi muito gratificante participar da Feira Literária da Escola Autonomia. Entre muitos pequenos espetáculos que aconteciam simultaneamente por toda a escola, eu e Vicente Heusi Corrêa, botamos pra quebrar, na sonorização de poemas meus e de outros novos e velhos autores brasileiros.
Entre o público estavam pais, professores e alunos, e quem quisesse chegar.
Obrigada sempre.
Fotos Fernando Angeoletto.

7/02/2009

Geleira



As flores
iam ganhando
um lugar no seu semblante

o chapéu verde
compõe a sua beleza:
folhas e desenhos de raíz
horizontes entre os galhos

no caldeirão:
erva-doce, canela e gengibre

as tardes
sempre foram cheirosas
ao seu lado

toda cor
todo o breu

ontem os farelos
se espalharam
no lençol

a marca deste crime
é o arrepender-se
amargamente

manchas da minha dor
tomaram o seu olhar

sobraram palavras apagadas
luzes vencidas

e essa geleira
desmoronando
no espelho