1/10/2011

Prateleira

A gente vai substituindo tudo.
Afetos.
Pais.
Amigos.
Não possuo nada.
Mas posso servir alguém?
Sempre.
A boa mesa tudo se deve continuar.Comer.Degustar.A vida vai atrelando suas amarras, novos fios sintéticos.Sementes de girassol atropeladas pelo petróleo.Novas máquinas motoras, corredeiras de plástico.Muita luz. Muito branco, pouca pureza.As mesmas paixões, as mesmas lanças no meu olhar.Estou na estação de trem, servindo de informante sobre as novas cidades e personagens perdidos no colorido do tempo. Desbotados. Brilhosos. Estou próxima de chegar a nenhuma conclusão. Os preços.As contas.
A caixa de fósforo.
As mesmas essências.Excessos.O cheiro de podre da atualidade.
Lavanda,jasmim e cheirinho de bebê.

O esgoto e o ralo.Transbordando.

O resto é reciclável.Reciclado.

Lavou, tá novo.

Reponho.

3 comentários:

marlene edir severino disse...

Chegou com esse chuvisco para finalizar a tarde. Reposto.
Lindo poema!

Um abraço

marlene

ítalo puccini disse...

a gente vai substituindo tudo.

que maravilhoso!

asasd disse...

Adorei o txt!

vc deu um colorido especial à rotina

=]

bju

http://qrolecionar.blogspot.com