1/22/2006

Golpe

Raíz e galho
mesmo sentido,
torta.

Folha fina
que corta o vento
cruza o tiro,
bala
encontra
o peito.

Escora o golpe
levanta a lança,
a febre passa
mas demora.

Convívio-dor
engole a fibra
das palavras
açucara as unhas
arranha de leve
o rosto
daquele que
inflama as orelhas.

Postes-árvores
abraça a parada
tediosa
de uma passagem.

Montanha embaralhante
dos misturados bichos
exala
o cheiro.


Um guerreiro nunca
atira o mesmo alvo
faz do golpe oculto
sutil
o respiro
da passagem.

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