Pra tudo
tem uma segunda chance
você me bateu
eu te arranhei
você rasgou
minha coleção
de folhas secas
você arrancou o único botão
da minha blusa
você me jogou no chão
e eu te bati
você puxou meu tapete
e eu puxei sei cabelo
você gritou comigo
e eu murmurei
com raiva
você me assustou
eu te denegri
você bebeu o meu veneno
e eu escondi o antídodo
Mas se
nos esbarramos
intimamente
no silêncio
de nossos sonhos
estivemos perto demais
se dói em mim
dói em você
porque pisamos
na alcova
um do outro
porque dividimos
a mesma asa da borboleta
porque fomos
juntos e unos
muito convictos
do não
porque apontamos
para o mesmo caminho
porque dividimos
o mesmo reflexo
no rosto parado das águas
porque de áspera e ânsia
tem uma segunda chance
você me bateu
eu te arranhei
você rasgou
minha coleção
de folhas secas
você arrancou o único botão
da minha blusa
você me jogou no chão
e eu te bati
você puxou meu tapete
e eu puxei sei cabelo
você gritou comigo
e eu murmurei
com raiva
você me assustou
eu te denegri
você bebeu o meu veneno
e eu escondi o antídodo
Mas se
nos esbarramos
intimamente
no silêncio
de nossos sonhos
estivemos perto demais
se dói em mim
dói em você
porque pisamos
na alcova
um do outro
porque dividimos
a mesma asa da borboleta
porque fomos
juntos e unos
muito convictos
do não
porque apontamos
para o mesmo caminho
porque dividimos
o mesmo reflexo
no rosto parado das águas
porque de áspera e ânsia
a vida revoa
até uma folha
e foi tudo muito sentido
para não ser real
a vontade de voltar
até uma folha
e foi tudo muito sentido
para não ser real
a vontade de voltar
vol
ta
nem que para uma segunda
vez
da primeira
*Lygia Pape
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