Alguns chumaços de luz
preto e branco
é o passado e sua vestimenta
de tortura
a voz vem tecendo
um conselho calmo
vá por ali
embora os pés estejam
esticados
duros e presos
neste chão
é preciso cortar
é a força que controla
a força que torna ofegante
seu respiro
eu esperava sair daqui
você está ao léu
longe de qualquer lugar
que sobre a mim
você não pode alimentar
a minha carne
e no entando me invade
e eu que era tão inteira ali
e eu que parecia penugem
que parecia fantasma
entrando na fresta da porta
um medo de não apagar você
uma dor de ainda estar
ainda ser
com seu andar em molejo
com suas peripáceas
pulos em mim
as armas se dissolvem
e volta
volta volta
a agonia que me pulsa
o seu corpo
o seu suor
sua voz
gasta chorando
um carinho
você dá corda na caixinha
e quando chego perto
vira os olhos
eu queria que
você pudesse me tirar
daqui
ou me levasse com você
o dia invade a obrigação
de estar no ponto
seus colares
estão presos
no meu vestido
mas veja
eu preciso ir
preciso que você
abra a porta
nossas ruas se bifurcam
no vão
e deparo novamente
você não responde
eu grito
você acena do outro lado do continente
está morrendo
está morrendo
eu preciso que você
venha terminar
de matar isso
eu preciso que
esta seja a minha última
palavra de uma morte
que renasce todo dia
em outro lugar
de mim
9/25/2007
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2 comentários:
" você fala palavras que apenas a alma compreende ... sagradas, mágicas ... sofro dias de ansiedade até que sejam traduzidas para meu cérebro cotidiano".
beijo no teu coração ...
maravilhoso!
do título ao último suspiro.
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