4/24/2009
4/22/2009
A lanterna do monge
quarto escuro
fresta de luz
no fim da janela
o eremita veste sua roupa
caminha solitariamente pelo sótão
muitos já se foram
e ele deixou muitos
para trás
o eremita encontra os pedaços
de seu corpo de ontem
as fotos dos que morreram
as linhas ainda jovens
de suas mãos
olha fixamente a escuridão
respira fundo
e chora
chora
até que as lágrimas
sorriem
e acenam
a serenidade
no semblante
caminha
com a cicatriz no peito
fervendo de saudades
4/14/2009
Para um amor escondido na casa
Eu te faço voltar
a tuas pegadas marcadas em um tapete
de crochê
nós dois moldando nossos corpos
argila vermelha
marcas de tinta
nas costas
o desenho imaturo dos seus olhos
eu escrevo na terra
as palavras que tua boca vai falar
tateio teu respiro
contenho teu gemido
eu tranço tecidos na noite
com o seu nome
pinto a bailarina pálida
que passeias de mãos dadas
com as minhas mãos
Eu sei todos os segredos
e as ameaças que te retém
Eu sempre te espero
como uma velha rendeira
de lábios molhados
e cama derramada de néctar
desta flor que povoa o jardim
seu nome preso entre os meus cabelos
esta torre entre nós
Há luzes nesta sala
sem o seu riso
É noite
e você se esconde
Há sussuros e cães
a uivar
Sou a mosca da sua sopa
puta de presépio
a ferroar
os seus sonhos
marasmo
cama
e memória
*foto: Estrela Polar
4/05/2009
A Águia do Norte
o relógio vai deitando no tempo
e esses lixos
gases e moedas
tintilando no carbono e no petróleo
um retrato empoeirado na estante
a água enchendo a casa
as paredes e janelas
chorando
uma saudade de um abraço
nunca concebido
no tempo corrido
segundos, vestidos vermelhos
escondidos em gavetas em decomposição
um ar
você vem rasgando todas cortinas
acendendo velas no meu sonho
são espelhos quebrados
pendurados na entrada da sua porta
barulhos no sótao
selvagens animas
de guarda
mas algumas danças entre as mãos
e os braços
o sinuoso gesto do quadril
um sorriso rio
A passagem se abre
qual olhar
eu poderia colher esta manhã?
é um labririnto de fogo
onde a águia
queimou uma asa
E neste sofá azul
esperou para ouvir histórias
e correr os dedos por
entre os meus cabelos
quero abraçar a sua parte
que mais me dói
voar
machucada
e esses lixos
gases e moedas
tintilando no carbono e no petróleo
um retrato empoeirado na estante
a água enchendo a casa
as paredes e janelas
chorando
uma saudade de um abraço
nunca concebido
no tempo corrido
segundos, vestidos vermelhos
escondidos em gavetas em decomposição
um ar
você vem rasgando todas cortinas
acendendo velas no meu sonho
são espelhos quebrados
pendurados na entrada da sua porta
barulhos no sótao
selvagens animas
de guarda
mas algumas danças entre as mãos
e os braços
o sinuoso gesto do quadril
um sorriso rio
A passagem se abre
qual olhar
eu poderia colher esta manhã?
é um labririnto de fogo
onde a águia
queimou uma asa
E neste sofá azul
esperou para ouvir histórias
e correr os dedos por
entre os meus cabelos
quero abraçar a sua parte
que mais me dói
voar
machucada
Lançamento+ Recital de poesia
Dia 8 de abril (quarta-feira) às 19:30 estarei lançando o Trêmulo nas livrarias Catarinense do Shopping Beiramar- Florianópolis
A noite contará com um recital de poemas conduzido por mim e pelo ator João de Barros
é gratuito!
Venha..Venha!!!
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