5/11/2009

Para em um muro ser lido

Venha
o novo é agora
se há o novo
é o homem que chega
com seu jarro d´água
e
liberta os peixes do aquário

a imensidão da água cria novas ilhas
aos que precisam da terra
ver o mundo de mais longe
daqui de dentro de mim

a liberdade é voar
sem asas

Venha,
coloque os dois pés na jaca
banhe-se de argila e cor
vire a camisa
junte-se a essa constelação de talentos
pulsantes

as expressões de todos os rostos
pedem paz
nossos relógios estão parados
para a razão

os cintos
os manicômios
as prisões
e as notas de rodapé

tudo foi enterrado, quitado, pago
por uma nação
de flores e animais selvagens
construções

Venha,
tudo foi posto abaixo
os caminhos estão abertos

você pode falar e ouvir
ter tempo para observar
e agir

agora todos caminhamos de mãos dadas
com o diferente
e o extinto

a emoção é a lei de todo sonhador

você pode me chamar de imerso
subversivo e alienado

mas as maiores conquistas
vieram de grandes sonhos

e os grande sonhos venceram
sendo aparentemente impossíveis
a olho nú

remova suas vendas
e embarque

a arte
é sem passagem de volta

Um comentário:

Estrela Polar disse...

você sabe que no final do conto Rútilo Nada da Hilda Hilst (onde um pai se apaixona pelo namorado da filha) existem poemas sobre muros? Tem uns lindos, porque a filha diz para o pai "pai, o Lucas faz poemas sobre muros", e ele diz: "você quer dizer que ele escreve poemas em muros?", e o namorado responde: "não, poemas sobre muros". ahhaahha.

mas adorei o título do seu.

Aurélio Árcade
Wolfgang da Maia
ou Carlos Postiglione