5/19/2010

Banho selvagem


Perdi minha alma na mata. Tomo banho com fantasmas na floresta branca. O musgo úmido desta banheira de lamentações.Esta aliança em chamas.Pouco néctar, muitas contas. Chove sobre minha face janela.Eu quero um lugar entre a neblina. Poder não conviver com gosma de barata morta.Uma lagoa de pétalas secas. A barraca nesta montanha de fé.Muitas palavras cortadas, cobradas, alavancadas simplesmente pela formalidade.Eu tenho um coração na mão cheio de feridas e traças.Um relva de prantos, decepções, sonhos que derretem ao primeiro muro.Estou com o escudo, mas a flecha se perdeu no meu olhar.Lavo todo o cupim do piso, encero a madeira com cravo.Estou na torre movediça.Ora no céu, ora atirada em alto mar.
Eu tenho medo sempre do último passo.
Nunca do primeiro.

*Foto sobre a performance de Janine Antoni

2 comentários:

ayurvéda árcade disse...

que foto/performance lindaaaaa!!!!

Nina disse...

lindo, cutucante. do tipo que faz as lembranças se abraçarem.