12/27/2011
Antes de amanhecer uma barata
Esta madrugada
eu pretendia descansar.
O mundo me atravessando avassalador
ofegante desejo de erguer as pernas
des
cansar.
Então, tomei os comprimidos
de tédio
o mesmo livro de sempre
e uma barata cruzou o quarto
uma barata muito grande
quatro tentativas de eximir
uma espécie antes do amanhecer
asquerosa
me enfrenta, passeia na sala.
Mudo de quarto
ela entra pela fresta da porta
não vou apagar a luz
ela gosta de escalar
corpos vivos,
edredons
gavetas de papéis
pode querer minha boca.
Abro as janela,
pego o chinelo
quase vencida
matoa-a.
Preciso de mais naftalina
ou coragem
penso.
12/21/2011
Bomba Relógio
Clarice,
você removeu apenas uma
muleta
Eu,
joguei todas as minhas pernas
em uma janela folheada a ouro
no 12º andar
Estou nua na vida
sem corrimão, acesso, botão de desliga
bluetooth
apple
com apenas algumas aspirações
deixo a vida me atravessar
ancorei no deserto e tudo
me marcou tanto
que fiquei com medo de dizer seu nome
troquei o carro pela moto
convenci meu coração a desamar por ser um coração muito viciado
deixei a minha própria casa
fiquei familiarmente conhecida como louca
e braba
um bicho solto
sorridente e perigoso
Há um vago para onde fujo
mas é onde absolutamente já estou
Há anos venho tentando remover
as marcas de luta
no meu braço
E a agressividade dos meus gestos
definem o meu escudo
esse mesmo
que me impedirá para sempre
de cruzar o portal da leveza
o vácuo
não há remédio para o vazio
o eco
não há respostas
para as perguntas que as paredes fazem
para onde não sorri?
por onde escapar no caos
sem estancar a minha força?
Se é pra viver eu tenho que sonhar
Só isso aqui
não me basta.
Virei uma bomba relógio
e tenho medo
do meu silêncio
implodir.
você removeu apenas uma
muleta
Eu,
joguei todas as minhas pernas
em uma janela folheada a ouro
no 12º andar
Estou nua na vida
sem corrimão, acesso, botão de desliga
bluetooth
apple
com apenas algumas aspirações
deixo a vida me atravessar
ancorei no deserto e tudo
me marcou tanto
que fiquei com medo de dizer seu nome
troquei o carro pela moto
convenci meu coração a desamar por ser um coração muito viciado
deixei a minha própria casa
fiquei familiarmente conhecida como louca
e braba
um bicho solto
sorridente e perigoso
Há um vago para onde fujo
mas é onde absolutamente já estou
Há anos venho tentando remover
as marcas de luta
no meu braço
E a agressividade dos meus gestos
definem o meu escudo
esse mesmo
que me impedirá para sempre
de cruzar o portal da leveza
o vácuo
não há remédio para o vazio
o eco
não há respostas
para as perguntas que as paredes fazem
para onde não sorri?
por onde escapar no caos
sem estancar a minha força?
Se é pra viver eu tenho que sonhar
Só isso aqui
não me basta.
Virei uma bomba relógio
e tenho medo
do meu silêncio
implodir.
12/12/2011
Erupção
Sento nos fundos
do barco furado
levando meus escombros
para uma ilha deserta
agachada
em alto mar
já presumo
a hora do naufrágio
levanto a bandeira
branca
me engulo
implôdo
há palavras demais
que eu não disse
mas estã comigo
e os sonhos estão
ao longe
onde o leme não pode mais
direcionar
arrastei essa âncora o mais longe
que pude
e toda a minha vida
não passam de fundos de paisagens
sem personagem fixo
tudo me passou
percorreu um curso
que eu não pude enlaçar
segurar
gozar
as sobras viraram
sombras
e prometeram desaparecer
com o tempo
mas elas se escondem junto
às rimas e imagens
me perseguem
espalho cascalho
espero os cacos
me costurarem
avisto
apito
naufrago
renasço
nas chispas de luz
da
lava
12/11/2011
Dança do Amor Universal
Sinto falta do seu sorriso largo
da maneira como brilhavam seus olhos
e te amei tanto
que só proclamei silêncio com a sua ausência
então,
me entreguei a Deus
dentro da imagem da nossa sala rosa
onde o mundo se curava nas nossas mãos
às quintas feiras iluminadas pelo sorriso das suas crianças
todas já estavam com você
na profundidade alegre do seu olhar
que me embala a vida
Dalva
alva
um milagre
que é metade de mim
o céu na terra
que nunca girará o tempo ao contrário
poder te abraçar
a nossa estrela
em nós
dançando
Deus
Eu
Você
para Mundakini Mandakini Pujya Devi Dasi,
de Ryana Gabech de Oliveira
10/10/2011
A CIDADE -
de KONSTANTINOS KAVÁFIS, 1910
Dizes: "Vou para outra terra, vou para outro mar
em busca de cidade melhor do que esta.
Aqui, todo o meu esforço é uma condenação escrita,
E meu coração, como de um morto, está enterrado.
Até quando minha alma vai permanecer neste marasmo?
Para onde olho, qualquer lugar que meu olhar alcança,
Só vejo minha vida em negras ruínas
Onde passei tantos anos, e os destruí e desperdicei".
Não encontrarás outras terras nem outros mares.
A cidade te seguirá. E nas mesmas ruas sem fim
errarás, nos mesmos bairros te perderás,
e nas mesmas moradas teus cabelos embranquecerão.
Onde quer que vás reencontrarás esta cidade.
Não esperes ir a outro lugar,
Não há barco nem caminho para ti.
Como dissipaste tua vida aqui
neste pequeno lugar, arruinaste-a na Terra inteira.
9/21/2011
Pedro
9/15/2011
Patricia Smith
We know the record. As it taunts us, we have giggled,
considered stopwatches, little laboratories. Somewhere
beneath the suffering clean, swathed in eyes and silver,
she came 134 times in one hour. I imagine wires holding
her tight, her throat a rattling window. Searching scrubbed
places for her name, I find only reams of numbers. I ask
the quietest of them:
V.
Are we God?
considered stopwatches, little laboratories. Somewhere
beneath the suffering clean, swathed in eyes and silver,
she came 134 times in one hour. I imagine wires holding
her tight, her throat a rattling window. Searching scrubbed
places for her name, I find only reams of numbers. I ask
the quietest of them:
V.
Are we God?
9/07/2011
Cahoeira sagrada dos Orixás
9/06/2011
Em Feira de Santana!
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