7/07/2007

Seu nome escrito
na porta do quarto

pedras
pedras pedras
até chegar a sua casa
seu quarto
sua cama

sua marca
sem sua presença

barcos presos no cais
a sua alianca brilhante
presa ao dedo

com vontade de romper
na minha direção

seu afago
e o furor do seu corpo
que difuso
ao meu
após
me impediu
de sorrir

você está atadado
o quarto está vazio
mas está cheio de você
pelas paredes

e o seu ar vem assombrando
entre os estrados da cama


me atormentando
me atormentando

você está ancorado
mas não está seguro

você está aliado
mas não tem mais prazer

minha aliança é o barco
já pequeno na lonjura
desancorado

afundou

eu sou um barco
tufão

criei musgos de partidas
que nunca partiram em mim

criei uma crosta de proteção
que no iníco era uma segunda pele
fina e tênue
e levantei o rosto
fingindo ser de louça pálida


mas a a verdade é que seu barco no cais
arranhou as jangadas
e a paisagem livre

que eu dançava solta

você me puxou pro mar

e o verde se alastrou em vermelho
um vermelho que me cegou
me fez perder os passos
confundir os pés

não estou olhando para cima hoje
não, não vou ver lua

só vejo esta crosta
em brancos sujos
se derretendo

me deixando mais uma vez
nua e com frio


só vejo o cais
e o seu barco
preso na âncora

me corroendo de vontade

longe de mim

2 comentários:

FREDERICCO BAGGIO disse...

Há uma Deusa separada pras poetisas. E vc faz parte dessa DEUSA das Palavras!
Eu não sei como to te escrevendo, pois corre lagrimas... feio um rio... em meu rosto!
Precisamos nos conhecer...e é urgente!
Bjos no coração

Anônimo disse...

ryana!
esse aí em cima é meu amigo fredy, lá de sampa!

eu e gustavo estavamos aqui colhendo sensações, e escolhendo seus 5 melhores poemas:

joio. aviso. bem não visto. pena morte. ralo.

vc é maravilhoooooooooooosaaaaa!
queremos muito te conhecer ahhaahahah