Vozes que ocupam
Todo encanto
Que quer pairar
Vozes que seguem
Falando em silêncio
Ruídos
Ranços
Pratos
Acordos de discórdia
Tratos
Em tentativa vã
De permanecer
O tremor que aflige
No querer segurar
E no precisar soltar
A planície que grita
Uma mensagem
Ao léu
Duas heranças de choros
Inconsolados
Risos que nunca terão
O mesmo som
E a mesma doçura
A bravura que atordoa
O mundo
a pena
A pena do ser sobrevivo
O ruflar de suspiros
As gotas prometidas
E borradas em uma assinatura
Os júbilos
E os fracassos
A auto-amarração
O breque da despedida
As peças sem concerto
A ofegante chegada
gavetas e a prateleiras
Escondidas na memória da estante
As imagens e os batuques
Lanças que atravessaram
Em mim
Quantas vezes o choro
Me apalpou
Quantas mãos que trouxeram
Enigmas
Bússolas
trilhos
e entradas
Tremo para o maior
Tremo para o menor
O que me causa
O que me oscila
O que me arranha
E me suspende
Tremor
O que há pode detrás do ver
O trinco do vidro
Que nunca quebrou
A peça faltante
Tremo em faíscas
Tremo em incertezas
E em certezas
As vozes as vozes ocultas
Que o mundo deserdou
Estão contidas
Nas palavras exprimidas
Da minha mão
Entre uma folha
uns dedos
E a tinta
A tinta que borra meus ideais
Na venda
No morro
Um olho que me mancha
Com amor
E as mãos do senhor
Que conta os pães
As mãos que cometeram uma infâmia
A pedra
A pedra
Que preenche o caminho
Com marcas de sombras
Deixadas pelo sol
O andar ao cume
O descer a lama
O mundo me treme
O menino assustado
Do tráfico
Trêmulo
As vozes das coisas
Que estão ocultas
Ao primeiro toque
E que confessam a fusão
Trêmulo
O medo de querer alcançar
E as pernas bambas
Da chegada
Armas que se fundem
Brilhos que encantam
Para a morte
Balas de luz
Êxtase no escuro
Línguas
Desafios
Canos e granadas
O que você esconde
E o que você mostra
O que você finge
E o que você é
Uma palavra que ama
Uma raiva que perscruta
E atinge com fuzil
Um afago e um corte
Um tapa e um arranhão
Um olho sem vida
Trêmulo
Suas armadilhas
Suas emborcações
Sua justiça e sua injustiça
A partir de si
Vendas que vedam a voz
E a voz treme
Como um bater de palmas
Um aplauso
E um gargalho
Espaço vazio
Uma coleção de borboletas
Mortas
E uma luz que arregaça a janela
Em vibração
A voz corroída e cansada
Que espera no canto de todo
Íntimo
Um canto
canto
Trêmulo
Açúcar e fel
Na mesma receita
6/29/2007
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