6/06/2007
Se deixar tocar-Um texto sobre um sentido muito íntimo
Quando nasci Deus pegou uma linha e fez um laço, no meio do meu peito. Às vezes Ele aperta o nó.Às vezes Ele afrouxa minhas costas, enche o meu balão.Eu flutuo. Às vezes, e quase sempre, quando alguém puxa a linha, eu evaporo. Eu gosto do que eu sinto. Se eu te sinto bem, vou ser bem.Se eu te mal, meu espírito te expurga. Às vezes eu não gosto de ser assim, às vezes eu não tenho escolha. Por que isso, quem tem que responder é o criador e a criatura juntos, e não só um, ou só outro. É pela linha, pelo fio que já foi dito "nem um fio de cabelo cairá da tua cabeça, sem que Ele permita", então, ele tem um olhar sobre mim, e pode me ver no íntimo.Ele com visão integral, pode me afirmar. Os outros, podem só dizer. Então eu vou deixar Ele me mostrar. Se a minha linha arrebenta bem na sua vez, lá no meio de mim, algo reage.E eu não quero comprimir. Posso amenizar, mas não comrpimir. O que eu aprendi é ser. E conseguir isso é o cume da montanha.Eu já escolhi ser.Olhar o lodo, o denso e acariciar aquela parte. Aqui, diante desta terra eu posso sentir em meu coração alinhavado: apenas seja.Seja este fio que te amarra, que às vezes solta a ponta na escrita, solta a costura entre as tintas e as duas mãos.Quase sempre, venho pedindo à Ele que tire a linha. Por que as vezes a linha tem um peso, o peso de uma Cruz. Ora, eu não posso não sentir?Não posso desligar o sentido?Por que sentir dói?Às vezes, quando vem alguém com uma agulha e quer atar a linha, costurar, eu recuo. E ataco! Porque a agulha não foi feita para espetar, nem pra mexer na ferida. Quando ela vem, ela destina-se a costurar. Ou será que eu aprendi errado?Eu não espeto ninguém, se espeto, eu penso,"que Ele sempre esteja ao meu lado, para eu ser compreendida exatamente como sinto".Muitas vezes eu espeto, mas se eu sei o que houve, meu coração aperta, e eu tenho que ceder a linha.Se eu não sei, foi porque não consegui adivinhar, nem ler os sinais.Mas apenas "dos que sabem, o que sabem, vos será cobrado" Quase todo o meu sentido é " em nome Dê". Porque já disse das flores a mais bela: "fé, é fazer em nome Dê"Às vezes, Ele me dá o mérito de um sorriso avulso, pois eu peço muitos sorrisos.Eu peço também muita compreensão, porque com uma linha tão fina e estreita no meio do meu centro, não posso arriscar puxar o fio muito bruscamente, é delicado demais ter um coração alinhavado. E é preciso não alimentar redes.Quando tá muito apertado o sentido, a linha arranha, e eu peço muita força, porque as vezes parece que essa linha tão fina e estreita pode cortar a pele, aprofundar o corte. Daí eu suspiro, e ajoelho.Assim o nó dói menos.A linha que linha meu centro, é fragmento, é ruptura. A linha é bem fina e o meu centro às vezes não se deixa tocar.
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