6/06/2007

Muro- de Enzo Potel


Parede de pedra, alvenaria, adobe, taipa ou tijolos que serve para vedar ou proteger qualquer recinto, grande ou pequeno, povoado ou não povoado, a fim de não ser assaltado

ou devastado.

O muro de Luccano, Itália, foi construído para proteger vila de mesmo nome, situada no alto de uma colina íngreme. Ambos, vila e muro, foram destruídos por tremores de terra em 1694.
O muro do Diabo, paliçada construída na Alemanha pelos romanos, foi elevado e guarnecido de torres pelo imperador Probo. Alguns restos ainda subsistem para a alegria das crianças na região da Baviera.
O muro feitiço de Rothbar não impediu que o príncipe o pulasse e conhecesse sua amada em O Lago dos Cisnes, de Tchaikovsky.
A muralha de Sesóstris, no Egito Antigo, era frequentemente visitada por tempestades de areia, o que exigia manutenção especial. Em seus duzentos anos de vida foi mais atacada por vassouras do que por espadas inimigas.

Todo muro é uma mentira.
Todo muro é uma coleção de pedras no caminho, para propagar que houve aprendizado.
E teu olhar também era de muro. E quando abria a porta e me via, estava lá escrito:

“eu não preciso mais de você”.

E este muro frieza expelia ar glacial de palavras rasas, e sobrancelhas cobriam arrogância e rictus de escárnio. E eu parado, contemplando a inexata e última construção da paixão: esse estado de perda travestido de bom senso, em que um vingador de si mesmo tenta esconder com pedras

um jasmim.
foto:
Isadora Duncan e Pina Bausch

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