o fantasma de você
assombrando todos os cantos
a fumaça sem você
meus olhos vermelhos no espelho
meses, folhetins
calçada sem branco
calçada sem suas pegadas
onde você anda?
crateras abrem na minha pele
e a sua escama
abre mais feridas
com o tempo
a cicatriz aumenta
com o seu sumiço
o meio de mim fica gritando
mas respiro e suplico
costuro a sangue frio
meus olhos amarelados no espelho
a torneira espalha água
barulho de ninguém em casa
a mesma água que sai de você
o silêncio de você
onde você me guarda em você?
seus copos de sonho
embebedam para infinito escuro
da madrugada
onde pousam suas chaves
mais secretas
eu quero quebrar
onde soa
a miragem de nós dois?
só
em mim.
2 comentários:
consigo ver as cordas do Alegre penetrando entre as estrofes... o poema tá super musical, e branco, e azul.
espalhando como a água da torneira, talvez por isso eu não tenha sentido muita afinidade (recentemente mal consigo escrever em estrofes, quero tudo tão juntinho, textículo, será que isso diz algo sobre meu "eu atual" ahahah?)
mas o final é lindo.
depois do comentario do enzo não consigo dizer mais nada
abraço
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