12/03/2008

Zeitgeist II

Quero uma
explosão
ser tomada por um acontecimento
uma queima
de arquivo falso

a interrupção de um assalto

a apatia das cadeiras
em ordem
as fileiras e os padrões
a frieza do sobreposto degrau
do mestre
me faz rir

é frieza e didática
a dialética

os seres desumanos querem
emoção
cobrança de notas
papéis quadriculados
por presenças
maquiadas
disfarçadas

quero a força intensa do quebrar
melhor

fazer parte de um lugar
onde as pessoas podem falar
foder
orar e pintar

sem terem de apontar o dedo
para o reflexo

quero essa criaça cor-de-rosa
correndo entre as pernas
de seus pais

e que ela possa conhecer
tudo verdadeiramente

que possa se estender
entre as águas da cachoeira
conhecer o mar
olhar a janela de sol
e poder escolher
se deve ficar ou cumprir
ganhar ou perder
ser frágil
quebradiça e sem vontade

ou

ser bruta
ferro derretido
canina

possuir
ou perder
não ser indicada

quero sair do muro
e não ser
revistada
estapeada, cuspida,
encaixotada em um padrão

quando não fiz isso à ninguém


Não mereço estar de frente
para esta esta tela

por trás dessas imagens
ameaçadoras
um revólver
vendido no mercado

quero explodir no acontecer
e não na mesmisce das
notícias vãs

quero poder saber
se quero
prevenir

ser o que não sei
se sou

pois estou andando

e apenas
quero continuar

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