Alguém!
Alguém me dê um
motivo
único
para estar aqui.
Algum motivo para estar
neste lugar
incógnito
pequeno e úmido
em mim.
Alguém me dê o motivo
de estar neste luga imóvel
alguém de me dê
o motivo para ventar.
Para não ter ido...
Um motivo para ter feito.
Um qualquer!
Para estar por aqui
e por aí em ti.
Contar, descontar
sentar levantar.
Me dê o motivo dessa mancha
na minha pele
dessa sarda que nasceu
na minha tez,
por alguma ausência
ramificada.
Me dê!
É meu!
Alguém...
Para limpar essa suajeira.
Para olhar adiante
do vidro transparente
da paisagem.
Para persistir aqui,
para porvir,
para esperar
sangrar
ir
ir ir ir ir ir
ir
ir ir ir ir
algum motivo.
Algum motivo para acalentar
essa minha cabeça sem encosto.
Algo me dê
algum motivo
para não
naufragar
borbulhar
fugir
ficar.
Para estar adiante
além
para estar só
para estar
junto
para querer
para cortar
para fazer.
Alguém daí,
algo daqui
para me implorar
a existência.
4/17/2006
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