4/10/2006

Indiara

Indiara habita
um vilarejo
de macelas.

Os pés delicados
e a boca mastiga...

Indiara é uma castanha.


Pisoteia os colchões
que a remessa de nuvens
traz.

É algodão uma vez
a cada amanhecer.

Indiara encomenda
às luas florais, rendas, alfazemas...


O relágio desperta
e Indiara abre a janela:

sálvia!

Alcançando os passarinhos
com sua entrega.

Indiara é uma elfa.

Pede ao tempo que pare
para ela passar,
pede ainda um espaço
se alastra
se garça,


fecha sua asa sobre nós.


Lentamente abre
a boca comprimindo o lábio rosa
e a testa branca
Indiara pede...


Indiara pede...
Para trazer-lhe as mudas folhas
caídas no caminho.

Pede.. Para não arrancar
nenhuma


as
caídas

Indiara sussurra.

2 comentários:

Telma Scherer disse...

que lindo!! me emocionei. concordo plenamente. minha visão da bela indiara é muito parecida, os olhares às vezes se encontram

Indiara disse...

Olá...descobri hoje esse seu poema, e achei graça na coincidência, ao ler e ouvir o verso: Indiara Abre a Janela, pois eu tenho uma música chamada Abre a Janela.
Lindo Poema... Parabéns!