Derrubaste as minhas agulhas,
alfinetes,
quinquilharias
sonoramente
no chão.
Ando escassa
tênue mancha
sentada à quina de uma
cadeira.
Ouço o ventar .
Não me pergunte
onde colocarei os restos,
onde ensaiarei os começos,
os meios.
O que farei com os vestígios,
onde,
onde vou pôr
o sentimento de perda
que me rememora
cada respiração
parada.
Parei de tentar.
Presságios anunciam outra
janela.
Desta,
não te abanarei.
Também não sei
o que farei com as mãos
após te acenar o adeus.
Não sei onde colocar
as assinaturas
os presentes
e os ausentes
contados minuciosamente
em casa parte deste corpo
um registro.
Partirei quando partires.
Partirei, partirei, partirei
com afagadas esperas
de me voltar.
3/24/2006
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Um comentário:
Quero chamar a atenção para as imagens do início do poema, que estão muito bem. Tornam o poema sensório, perceptível por vários sentidos, principalmente o sonoro, dando força e vida. A gente consegue visualizar tudo, ouvir, cheirar o texto. Isso é muito bom. Parabéns
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