3/24/2006

Varrida

Todas as escolhas
todas,
estão enfileiradas
de fronte à minha testa.

Toda a parte de mim
se embrenha nas milézimas
moléstias, amores e dores,
felicidades...
Me desejam.

Todas as coisas que cabem
nessa gaveta
transbordam
expectativas,
potes ,
baldes,
passados rostos,
passadas entradas,
pálidas palmeiras
desenhadas
no papel gasto
de um dia vivido.


Todos, todos os ideais
estão encaixotados
dentro de uma vasilha de planos.
Planos morridos,
planos quase-atingidos
metas que me rememoram
metas
metas metas,
onde vou chegar?


Nos cantos das idéias
medos de caça,
medos amendrotados
de medos,
possibilidades,
propagações
crescimentos,
escapatórias,
estradas,
panfletos para um dia,
eventos à espreita.
onde vou chegar?

Cargas, descargas,
agora
tudo pode ser eu.

E toda, toda a minha vida
se passa
na vassoura varrida do começo do dia,

onde vou chegar?

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