3/28/2006

Revelações

Para alguns
posso tirar a fina camada
que esconde o meu rosto.

Para alguns,
posso engradecer o meu riso,
a fim de apenas tentar.

Para alguns desses que me passam,
posso falar uma palavra alta
um palavra desistida de existir.

Posso falar a palavra morta.
Enquanto tudo aquilo que não
penso vida rasteja um chamado
de uma palavra esquecida.

Posso abolir meu corpo
gestual, ao falar.

Posso usar as palavras erradas
jogadas por momentos
em sentimentos vãos e efêmeros
que me habitam.

Direciono-me, em alguns
que me trilham ao me encontrar
que marcam meu caminho
com pedaços de pão,
milho,
e pequenos toques
de cumprimentos.

Para alguns posso dramatizar
meu drama, radicalizar
meu conceito,
criticar gullar.

Para esses que enebriam
a vontade de me ser,
que me querem acentuar
o alto,
àqueles que me perdoam
as palavras esquecidas
e as demais ditas
repetidas
posso chorar.

E ao chorar posso dizer
após,
ao me desmanchar
que não era preciso ser.

Na obviedade das lamentações
limitadas,
de toda uma tragetória
para esses,
posso me crucificar
posso tentar
na testemunha
do meu choro
na prisão-tranfiguração,
unir-me a mim.

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