
Apareça.
Por favor, apareça.
Antes que as migalhas
desta aberração
que vejo no espelho
torne-se mais um esboço
do passado.
Antes que eu nasça
como um vendedor de caldo de cana,
um mestre argentino de tai chi chuan,
um policial, um papagaio,
uma cantora, 
um indiano que rouba água.
Antes que o tempo 
te traga de novo 
sem o aviso de que teu toque
abre caminhos de dor e insapiência.
Surja 
na simplicidade 
de trinta minutos,
não daqui a três mil anos.
Traga as malas no carro
para ficar
para não me dar
perfume à perfídia
que é dizer
até a próxima
encarnação.
*Enzo Potel
 
 
 
 
 

 
 

Um comentário:
linda a figura... foi nesse clima que escrevi o poema.. neblina.. noite com jeito de manhã.
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