“Meu amor, estou esperando por você. Quanto tempo dura
um dia no escuro?
Ou uma semana?A fogueira se apagou e eu estou com muito frio.
Deveria me arrastar até lá fora, mas haveria o Sol.
Estou desperdiçando a luz nas pinturas e escrevendo
isso.
Nós morremos. Nós. Morremos.
Morremos ricos de amores e tribos, sabores que
engolimos, corpos nos quais entramos e nadamos como
rios; medos que escondemos como nessa caverna triste.
Quero tudo isso marcado no meu corpo.
Nós somos os verdadeiros países,
não as fronteiras nos mapas, com nomes de homens poderosos.
Eu sei que você virá e me levará
para o palácio dos ventos. É tudo o que eu queria.
Andar nesse lugar com você. Com amigos.
Uma terra sem mapas.A lâmpada se apagou e estou escrevendo na escuridão."
*Carta-parte do roteiro do filme " O paciente Inglês"
Um comentário:
Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoista e mau.
E a minha poesia é um vício triste, Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.
Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos...
E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender
[nada, numa alegria atônita...
A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos...
Quintana
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