Esses dias, aconteceu que eu achei um caderno de poesias que tínhamos quando ainda estava no Ensino Médio. Éramos um quarteto oficial movidos e apaixonados pela palavra poética..Um tanto precoces, eu diria, porque o material tem raiz forte, e eu tenho certeza que este caderno trasformou todos que a ele pertenceram e vice versa..Com a vontade de descobrirmos a poesia que nos habitava, mal sabíamos nós que estavamos em estado de graça acolhendo passagens belísssimas e tão verdadeiras experiencias puras das escolas poéticas que estávamos imersos. Em cima do telhado, escalando morros, rindo de bicicleta pelas cidades vizinhas.
Árcades, sonhadores, bucólicos, profundos, amigos , espelhos e tempo, que no reflexo ainda me leva a mágica aventura de sempre ter amado a palavra..
Salve a poesia, e a sensibilidade de seus meticulosos amantes do mistério que a envolve.
Sonho
(Rodrigo Azeredo)
Queria agora escorregar as encostas
[dos meus pensamentos
Desejaria comer aquelas framboesas rasteiras
Que só tem no décimo quinto sonho da
[noite passada
Queria também sentir o calor de Marte
Ao invés de cozinhar em sua superfície.
Quando estou sonhando posso viajar bastante
mas não sinto nada
não consigo
mesmo querendo
Meu espírito não tem tato
Não tem nada
E eu não posso sentir aquilo que mais
[queria
2 comentários:
como esquecer de uma época em que me chamavam Aurélio Árcade.. "sonhos sonhos sonhos.. em breve extinto" Bento Nascimento!
te amoooo
enzo
esse poema do Rodrigo é assustadoramente bom
como lembrar que Ariel foi capaz de escrever algo assim?
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