acaba de pousar em meu ventre
um poema
está coçando
procuro o sol do dia
escondido atrás do branco
chuvoso
alguém disse que
o sol
deu as caras
a cortina continua morta
o chão cheio de pêlos
um vestígio assombra
o meu ovido
arrasta-se em granidos
forças opostas
o denso movimento
que acelera entre
nossos corpos
a sua flor salvou o meu quarto
da escuridão
a sua peça
as roupas que te escondem
me trancam
quero falar com
a sua pele
mas a porta é um colar de péroloas
anéis, furtos
preços, tábuas
barras de metal
para te ver
quero seu júblo uivando
meus seios
quero a dança monótona
dos seus dentes
ruidosos
peramulando as minhas noites
procuro
a sua sobra
pelas laterais de um suspiro
e na casa
a casa que habita
a rouquidão de uma ausência
a casa
cheia de guilhotinas
cheia de máquinas
rupturas
e o relógio do tempo
apavorando os cômodos
e o tremor das xícaras
e o fulgor
da campanhia que grita
sua parte em migalhas
juntando os pedaços
ao fundo
na procura pelo raio
se difunde
liquefeito como nossos encontros
em sono
um tom
8/30/2007
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